Glúten e laticínios: convém tirar?!


É cada vez mais frequente chegarem pacientes à consulta a dizerem que retiraram o leite e o glúten da dieta! É verdade que a remoção destes alimentos “pode” melhorar sintomas, nomeadamente enfartamentos, desconfortos intestinais (e em casos mais graves fazer parte da abordagem terapêutica em patologias específicas)... mas é só verdade que apenas “pode”! Ou seja, que a alteração dramática na dieta não deve ser feita só porque sim... deve ser feita se: 1º) efetivamente houver necessidade e 2º) com as devidas adaptações nutricionais.

Ora pensem comigo:

1) Quando a pessoa está habituada a comer pão branco, macarronadas, lasanhas, pizzas, hamburguers, bolachas, tostas e por aí em diante. É óbvio que se passar a comer mais vegetais, frutas, batata-doce, arroz integral entre outros... vai se sentir automaticamente melhor! Mas será que foi a remoção do glúten e leite ou foi a mudança qualitativa na dieta?

2) O problema é que hoje em dia os lacticinios não são o que eram antigamente. Até porque já não vivemos “perto das vacas”, e o leite que compramos no supermercado embalado... pode ser de várias vacas (que não as conhecemos) e que passou por processos que nós também não sabemos quais! A dica seria começar a procurar lacticinios de qualidade.

3) A intolerância e/ou alergia ao glúten e ao leite realmente existe e afeta muitas pessoas. Em vez de testes à sua dieta: "tira aqui, tira ali"...porque não procura um nutricionista/dietista que faça a coisa certa consigo!?

4) Se não é intolerante ao glúten nem aos lacticinios, se parar de os ingerir... pode efetivamente ficar intolerante!! Deixamos de produzir enzimas que procedem à sua digestão... e a coisa pode ficar mesmo feia quando a re-introduzimos! Retirar o glúten a pessoas saudáveis pode até gerar um processo de disbiose intestinal piorando a flora do intestino. 

5) Outro erro comum! Não adianta retirar o leite e o glúten e comprar produtos processados “sem leite, nem glúten” cheios de: açúcar, adoçantes, sal, farinhas alternativas refinadas e geneticamente modificadas... Esses produtos "não são comida", apenas não têm leite nem glúten!!

6) Radicalismos por vezes precedem compulsões e distúrbios alimentares. Tenha um sentido crítico da informação que recebe, não acredite em alegações milagrosas e sensasionalistas, respeite a sua individualidade, pesquise (em fontes seguras) e certifique-se antes de aplicar alguma mudança radical na sua alimentação.

Atenção, em prática clínica, costumo utilizar com alguma frequência a remoção por vezes de leite, por vezes de gluten, por vezes dos dois. Só não concordo com a generalização.
Cada caso é um caso... e em nutrição é igual! Somos todos diferentes. 




0

Separador das Receitas atualizado

O separador de receitas já foi atualizado com as novas receitas do desafio #10dias10receitas :)

Mais uma vez, obrigada a todas pela partilha, sem dúvida que enriqueceu a base de dados.



0

#3 Dicas: Como escolher pão?


Pois é, o pão hoje em dia é um assunto sério! Já nada se compara ao pão de antigamente que:

a) era preparado com farinhas que se conhecia a origem (muitas vezes era de produção local)
b) ficava a fermentar por cerca de 24h (e não os 30 minutos que acontecem hoje em dia...se tanto)! Este processo de fermentação era muito importante para aumentar a digestibilidade do cereal.
c) conhecíamos verdadeiramente os ingredientes punhamos no pão.

O cenário hoje em dia é diferente... então vou vos dar umas dicas práticas:

#1 Evitem pão embalado, tipo de forma de supermercado.

Para mim é das piores opções, tudo o que dura muito tempo de prateleira implica que levou muitos ingredientes pouco saudáveis e nada interessantes para o nosso corpo.
Mas ... procurem sempre ler a lista de ingredientes: o primeiro é o que está em maior quantidade então procurem um que tenha farinhas integrais e sementes.
Aditivos alimentares: quanto menos melhor!
Fibra: melhor se for acima das 2,5 por porção.
Sempre sem gordura vegetal (e aqui boa sorte).
E que tenha pouco sal (menos que 150mg por porção)

#2 Na padaria, que perguntas devem fazer?!

1) Perguntem sempre que tipo de farinha leva o pão! Melhor escolherem farinhas integrais e pães que levem sementes ou frutos secos (estes ingredientes extra têm um efeito benéfico em baixar a glicemia do pão)
2) Como foi fermentado? Um pão com fermentação natural é sempre melhor que um pão de fermentação rápida.
3) No caso de pão sem glúten, perguntem outra vez, que tipo de farinha leva! Evitem a farinha de milho ou soja, principalmente porque se não for biológica o mais certo é ser geneticamente modificada.
4) Ah e não se esqueçam que é sempre melhor uma padaria com fabrico próprio... Os pães que vêm congelados, vêm com massas que mais dificilmente saberemos o que levam.

#3 Façam o pão em casa


E por fim, a melhor dica... façam o vosso pão em casa!! Com estes “aparelhometros” todos modernos de cozinha, conseguimos preparar rapidamente e com carinho um pão super gostoso e bem mais saudavel. Basta procurarmos as farinhas, fermentos e sementes biologicas de preferencia... e inventar nas receitas!

Vejam mais em receitas



0
Back to Top